sábado, 11 de abril de 2009

Itabira












Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Nascido em Itabira, recebe homenagem com o Museu de Territórios Caminhos Drummondianos formado com 44 placas com poemas de Drummond instalados em prédios históricos relembrando locais e personagens itabiranos que marcaram a vida do poeta e influenciaram sua poesia. O Memorial Carlos Drummond de Andrade (foto ao lado) fica no pico do amor em prédio projetado por Oscar Niemeyer.





Confidência do Itabirano (Carlos Drummond de Andrade)

Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e
comunicação.

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e
sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.

De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...

Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!










IPOEMA

A história de Ipoema está intimamente ligada à Estrada Real entre Ouro Preto e Diamantina. Era passagem e pouso de tropeiros que levavam mercadorias para as regiões de exploração de ouro e diamantes em Minas Gerais, durante os séculos 18 e 19. A partir dessas regiões, os viajantes levavam produtos de mineração para os portos de Paraty e do Rio de Janeiro. Chama de Estalagem, Pouso Alegre, Aliança e Santo Antônio da Aliança, é hoje distrito do município de Itabira. Ipoema e Senhora do Carmos foram as primeiras localidades a receberem os marcos da Estrada Real. Foi uma forma do Instituto Estrada Real premiar pela criação do Museu do Tropeiro, que ajudou a conservar e valorizar a cultura local.




Museu do Tropeiro
O acervo, com mais de 4.000 peças, revela a importância histórica e cultural do tropeirismo, que durante séculos fez a ligação entre os arraiais, as vilas e as cidades, algumas praticamente isoladas. Os tropeiros eram agentes de comunicação, portando correspondências, consolidando caminhos, que depois se tornaram estradas que são utilizadas até hoje.

























Senhora do Carmo

O distrito surgiu em 1870 na Fazenda das Cobras, a partir da construção de uma capela, que 13 anos depois, seria transformada no povoado de Senhora do Carmo. O distrito é repleto de formações naturais e bons lugares para passeios em montanhas e cachoeiras. Há também o tranquilo povoado de Serra dos Alves com suas festas tradicionais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário